Toyota Corolla Cross 2025: SUV corrigiu defeitos para encarar chineses
Reestilização deu ar de carro elétrico e detalhes internos melhoraram a vida a bordo. Confira avaliação
BYD Song Plus e GWM Haval H6 são carros de relativo sucesso no Brasil. Isso porque eles ainda são importados e serão nacionalizados em breve. Já prevendo essa pedra no sapato, a concorrência começou a se mexer. A Jeep trouxe um motor mais potente para o Compass e a Toyota fez uma série de melhorias no Corolla Cross. Mas será suficiente?
Para saber isso, fui conhecer o Toyota Corolla Cross 2025 em sua versão top de linha a combustão, a XRX, que não existia até o ano passado, só na versão híbrida. E claro, a primeira coisa a se falar é sobre o novo visual.
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A frente ficou mais elegante, melhor que achava vendo por fotos. Sai a grade estilo “bocão” e entra um perfurado no próprio para-choque, dando um ar de carro elétrico. Os faróis estão mais modernos, full-LED e setas funcionando de forma sequencial. Um charme. Na traseira, os LEDs são estão nas lanternas, enquanto setas e ré ainda usam lâmpadas comuns, mas tudo bem.
“Mas e a marmita, ainda está lá?” Ouvi essa pergunta algumas vezes na semana que passei com o carro e a resposta é sim. Alguém na Toyota deve ter falado “eu gosto assim, amostradinho” e o escapamento ficou no mesmo lugar, mas pintado de preto para disfarçar.
Uma novidade boa é que o Corolla Cross agora tem porta-malas com abertura elétrica. O acionamento pode ser feito pelo botão na tampa, pela chave ou apenas passando o pé por baixo do pára-choque. Para fechar, a mesma coisa. Pode apenas abaixar a tampa ou já trancar o carro de vez. O bagageiro segue com 440 litros, um bom espaço.
Por dentro houve uma troca de revestimentos, cores mais claras e tecidos bem agradáveis. Mas o motorista vai notar o novo painel digital com 12,3 polegadas configurável. É possível deixar visor do rádio, orientações do GPS ou informações do computador de bordo. Também dá para escolher o tema que vai usar nos mostradores.
A central multimídia continua com 9 polegadas, mas a conexão por Android Auto e Apple Carplay passa a ser sem fio. A bateria do celular pode ser carregada sem fio ou através das portas USB que seguem disponíveis para quem vai na frente e atrás.
Na hora de soltar o freio de estacionamento, o proprietário de um Corolla Cross antigo vai procurar o pedal, igual o de picapes dos anos 1980, mas o SUV deu um salto na linha do tempo e voltou para 2024. Agora o acionamento é elétrico e ganhou função auto hold para partidas em rampa.
Quem viaja atrás encontra bastante espaço. São 2,64 metros de distância entre-eixos, o que garante boa área para as pernas. E dá para levar bastante água para a viagem. São dois bons porta-copos que ficam nas portas e, se precisar, tem mais dois no apoio de braço retrátil que toma o lugar do quinto passageiro.
Menos potência; nenhuma diferença
Com o objetivo de melhorar o consumo e se adequar às regras de emissões, o motor 2.0 aspirado foi ajustado. A potência caiu de 177 cv para 175 cv e o torque foi de 21,4 kgfm para 20,8 kgfm. O que isso muda? Pouca coisa. A diferença no desempenho é imperceptível sem um cronômetro nas mãos.
A transmissão automática CVT tem 10 marchas, sendo a primeira física e as outras nove simuladas. O câmbio trabalha de forma suave, mas o desempenho não é grande coisa. O torque é inferior a muito 1.0 turbinado de três cilindros, mas para a Toyota está tudo bem.
É notável que o trabalho no carro foi feito para que ele fosse confortável e isso a montadora fez muito bem. A suspensão é macia na medida para passar por buracos sem incomodar e fazer curvas muito bem.
O único objetivo que a Toyota não alcançou foi o consumo, ao menos em nosso teste. Com etanol no tanque, a marca melhor alcançada foi de 7 km/l em um misto de cidade com muito trânsito e um pouco estrada. É bem abaixo do prometido pelo Inmetro, 8,2 km/l (etanol cidade) e 9,3 km/l (etanol estrada). Mas quem quiser economia mesmo pode escolher a versão híbrida ou um dos rivais chineses, mas esses vamos conhecer depois.
Preços e equipamentos
- XR 2.0 (R$ 164.990): faróis de LED, freio de estacionamento eletrônico, ar-condicionado digital, banco traseiro bipartido, central multimídia com espelhamento (Android Auto e Apple CarPlay), volante multifuncional com acabamento de couro, painel de instrumentos (7 polegadas), assistente de mudança de faixa, frenagem de emergência e piloto automático;
- XRE 2.0 (R$ 178.590): todos os itens da XR + lanternas traseiras de LED, paddle-shifter, carregador de celular por indução, chave presencial, sistema de partida por botão, painel de instrumentos (12,3 polegadas);
- XRX 2.0 (R$ 191.790): todos os itens da XRE + ar-condicionado dual zone, banco do motorista com regulagem elétrica, moldura superior das janelas com acabamento cromado, teto-solar elétrico com função antiesmagamento e acionamento elétrico de abertura e fechamento do porta-malas, alerta de ponto-cego;
- GR-S 2.0 (R$ 197.790): todos os itens da XRX + acabamento interno com tecido premium, design exclusivo Gazoo Racing, retrovisores externos e teto preto metálico.
- XRV HEV (R$ 202.690): faróis de LED, lanternas traseiras de LED, carregador de celular por indução, chave presencial, sistema de partida por botão, painel de instrumentos (12,3 polegadas), central multimídia (com Android Auto e Apple CarPlay), volante multifuncional com acabamento de couro, assistente de mudança de faixa, frenagem de emergência, piloto automático;
- XRX HEV (R$ 210.990): todos os itens da XRV + acionamento elétrico de abertura e fechamento do porta-malas, teto-solar panorâmico, ajustes elétricos dos bancos dianteiros e carregador de celular por indução.
Pintura metálica custa R$ 2.020 a mais e a perolizada sai por R$ 2.330 em todas as versões.
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