Uma Ford, um Focus
Para o presidente da montadora, os consumidores do mundo inteiro têm o mesmo gosto para carros
Allan Mullaly é um estranho no ninho no mercado automobilístico. Durante 37 anos o atual presidente da Ford trabalhou em outro ícone norte-americano, a gigante aeroespacial Boeing, a maior empresa do gênero no mundo.
Há três anos à frente da Ford, Mullaly é a pessoa de confiança que os donos da empresa, incluindo o neto de Henry Ford, que ocupou seu cargo, encontraram para recolocá-la no caminho do sucesso.
A estratégia parece que está dando certo: a Ford foi a única das montadoras americanas a não entrar em concordata, já se desfez com algum lucro das marcas premium que havia comprado na década de 1990 e hoje já vende um volume parecido com o da Toyota nos Estados Unidos.
E tem uma vantagem em cima de seus pares locais. O nome “Ford” estampa a maioria de seus produtos no mundo inteiro assim como a Toyota e a Honda – GM e Chrysler sofrem com a dispersão de marcas como Chevrolet, Opel, Cadillac, Dodge e Jeep.
Por isso o lema de Mullaly faz mais sentido ainda hoje: “Uma Ford, uma equipe, um plano, um objetivo”. Para ele, o consumidor global busca as mesmas coisas em matéria de automóvel.
O executivo não chega a ser brilhante na conclusão. A Toyota já faz isso com o Corolla há décadas, para citar a marca mais bem sucedida. Mas ele está tão certo disso que nesta segunda-feira, em Detroit, a Ford apresentará o primeiro veículo verdadeiramente global em muitos anos, a 3ª geração do Focus.
Tão importante quanto o Ford T
Segundo Mullaly, o novo Focus está para a Ford hoje o que significou o Ford T no passado. Exageros à parte, a marca espera que ele seja uma espécie de rival mundial do Corolla e do Civic, o que torna sua presença em Detroit uma das mais aguardas pela imprensa.
Os rumores dão conta que ele será uma versão maior do novo Fiesta com alguns detalhes semelhantes ao da minivan C-Max, recentemente revelada na Europa e que já usa a nova plataforma do médio.
A Ford garante que o novo Focus será vendido em breve na Europa, Ásia e Américas, o que incluiria o Brasil. Resta saber quanto tempo levará para que ele seja vendido aqui – a atual geração demorou quatro anos para ser lançada em nosso continente. Esperemos que o slogan não demore para se tornar realidade.