Veja a Chevrolet Caravan SL/E 90 '0 km' que vale mais que um Tracker RS novo
Perua do Opala nunca foi usada, est?como saiu da linha de montagem da GM e j?foi vendida
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Fabricada entre 1975 e 1992, a Chevrolet Caravan foi por muitos anos um dos maiores sonhos de consumo da família brasileira. No mercado nacional, disputava o espaço com Ford Belina, Volkswagen Santana Quantum.
A raridade da GM desta matéria que representa uma das peruas de maior sucesso do Brasil é da safra de 1990 e, pasmem, está com insignificantes 463 km.
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Guardada numa “redoma” totalmente protegida do sol e da umidade, o exemplar nesses 34 anos de vida mantém absolutamente tudo como veio de fábrica, inclusive os épicos pneus Pirelli P44 nas medidas 195/70 R14. Vale ressaltar que mesmo sem usar, os pneus com o tempo podem estourar. Portanto, acredita-se que o modelo deve ter ficado suspenso sobre cavaletes como acontece com muitos carros de colecionadores sem uso.
Segundo Reginaldo, o primeiro dono, morador de Bebedouro (SP), sempre foi um apaixonado por carros da Chevrolet e acabou comprando numa tacada só a Caravan e um Monza Classic, ambos 0 km, em 1990.
“A história que fiquei sabendo é que, sem saber o motivo, o Monza foi usado normalmente enquanto que a Caravan ficou guardada, usando apenas para calibrar os pneus, trocar óleo e fluidos, abastecer e depois levar de volta para a garagem, devidamente protegida da umidade”, conta.
Imagem: Reginaldo de Campinas/Reprodução
O empresário ainda revela que carros como estes geralmente não são lavados, e o que muita gente acaba não compreendendo é que a poeira é sinal de desleixo e abandono, o que é o contrário.
“A poeira em si forma uma camada em cima e acaba protegendo a pintura; é até melhor. Quem não é do ramo, pensa que é relaxo, mas para manter limpo, você tem que ficar lavando, e se lavar, com o tempo vai estragar”, defende.
Na parte interna, o cuidado não é diferente e parece uma volta ao passado. Etiquetas e plásticos originais nos bancos e soleiras são a cereja do bolo para os mais exigentes colecionadores. Um detalhe curioso, e que talvez os mais novos não conhecem, é o chaveiro imantado cujo acionamento do alarme é feito encostando-o no para-brisa pelo lado de fora.
A parte de baixo do assoalho exibe o imaculado eixo cardã que transfere a potência do motor para as rodas traseiras, uma característica bastante marcante dos veículos da General Motors dos anos 1970, 1980 e final de 1990.
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Debaixo do capô, hiberna o competente motor 2.5 8V, carburado, de quatro cilindros movido a gasolina que rende a potência bruta de 82 cv a partir das 4.400 rpm e torque de 17,1 kgfm nas 2.500 rpm. Com o câmbio de cinco marchas, para empurrar seus quase 1.300 kg de peso bruto até os 100 km/h, eram necessários longos 16 segundos, enquanto que a velocidade final era de 152 km/h.
No consumo, fichas técnicas de época declaram 7,1 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada, dados que reforçam a fama dos carros mais gastões da Chevrolet.
Mas, a boa recompensa estava no incomparável conforto e espaço interno, graças aos 4,81 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,39 m de altura e 2,66 m de entre-eixos muito bem distribuídos. Já o porta-malas comporta espaçosos 774 litros, volume que faz muito SUV grande passar vergonha.
Reginaldo preferiu não revelar por quanto vendeu a Comodoro em respeito à sua privacidade e do dono, mas só para matar a curiosidade dos amigos leitores, arriscamos que uma Comodoro do nível que foi vendida pelo Reginaldo deve valer em torno de R$ 200 mil.
Caravan: a perua que foi o sonho de consumo do brasileiro
Baseado no Chevrolet Opala, a Caravan também se tornou um dos grandes sucessos da General Motors Corporation. Na Europa, a perua foi fabricada pela alemã Opel como Rekord Caravan, nas versões de duas e quatro portas, assim como a versão Sedan. O ano era 1966 quando as primeiras unidades começaram a ser entregues aos proprietários. Denominado de Rekord C, tanto a configuração sedã (duas e quatro portas) quanto a perua substituíram o modelo B de 1965 de 1,9 litro de quatro cilindros utilizado mais tarde no esportivo Opel GT.
Aliás, a série C é bem popular pelos brasileiros. Por aqui, o Opala foi lançado pela General Motors em 1968, durante uma apresentação feita no VI Salão do Automóvel de São Paulo. O sucesso foi tanto que logo nos primeiros anos, o carro já era o mais novo sonho de consumo do brasileiro. Para o ano de 1975, surgia a maior revolução da linha Opala/Caravan coincidindo com os 50 anos da GM. A nova linha recebeu nova frente e traseira, capô com vincos acentuados, setas localizadas agora nas extremidades dos para-lamas dianteiros, nova grade, e lanternas redondas duplas, de estilo semelhante ao do esportivo Corvette.
Junto com o Opala, a sua variante perua também estreava a linha 1975. Denominada de Caravan, a perua só tinha a opção de três portas ao contrário da Opel Rekord Caravan, além dos motores de quatro e seis cilindros.
A Chevrolet Caravan, assim como o Opala, era oferecida nas opções com motores de 2,5 litros e 4,1 litros dependendo da versão. Entre elas, havia a Standard, SS, Comodoro (as duas últimas lançadas em 1978), Silver Star (1982) e Diplomata (1986).
A durabilidade de seus componentes mecânicos, o conforto e a inconfundível e elegante carroceria fizeram da linha Opala/Caravan um dos veículos mais cobiçados até os dias atuais. Em 1992, logo após o fim da produção, chegaram o novo Omega e, no ano seguinte, a Omega Suprema.
Imagem: Reginaldo de Campinas/Reprodução
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Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.