Veja as marcas de automóveis que cresceram e as que caíram em 2020
Ano desafiador levou as montadoras ao limite; francesas Citroën e Renault foram as que mais perderam vendas
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Sem dúvida, o ano de 2020 foi um dos mais desafiadores da indústria automotiva nacional. A pandemia forçou a paralisação da produção por alguns meses. Mesmo quando os carros voltaram a sair das linhas de montagem, as medidas sanitárias impuseram um ritmo mais lento de produção, o que gerou um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Somado a isso, a cotação do dólar forçou as empresas a promoverem reajustes elevados nos preços dos veículos.
Dessa forma, os números de vendas de 2020 foram menores que os de 2019. No entanto, enquanto algumas montadoras viram sua comercialização no país cair quase pela metade, outras empresas conseguiram cair bem menos, praticamente mantendo os números do ano anterior. Veja a movimentação entre as 20 marcas mais vendidas no Brasil.
Saiba mais: confira os destaques de 2020
Quem perdeu terreno
Entre as 20 marcas mais comercializadas do Brasil, duas em especial viram suas vendas minguarem no ano passado. São elas a Citroën e a Renault. A primeira está diminuindo a linha de produtos. Focando basicamente no C4 Cactus, modelos como C4 Lounge e C3 são vistas raras nas lojas. Com isso, a marca emplacou cerca de 13 mil unidades, uma queda de 49% em relação a 2019. Isso colocou a Citroën na 13ª posição do ranking, perdendo duas colocações.
Já para a Renault, mesmo tendo apresentado o novo Duster no início do ano passado, a marca não conseguiu manter o ritmo de 2019. Tendo perdido três posições no ranking, ela ocupa agora a 7ª colocação. Com cerca de 131 mil emplacamentos em 2020, suas vendas se retraíram em 45% na comparação com o ano anterior.
Quem foi bem
Mesmo com um ano difícil, algumas marcas conseguiram manter praticamente o mesmo nível de vendas de 2019 em 2020. O principal destaque fica para a CAOA Chery. Fabricando nacionalmente os modelos da chinesa sob licença, a empresa focou nos SUVs e o resultado está nos números. No ano passado, foram cerca de 20 mil unidades comercializadas. A queda foi de apenas 1,1% na comparação com o período anterior e bem menor que a média do mercado. Agora, a empresa está na 11ª colocação do ranking, tendo subido três posições.
Outra marca que possui uma linha renovada de SUVs é a Volvo. Apostando ainda na eletrificação de seu portfólio, a empresa viu suas vendas caírem apenas 3% na comparação entre 2020 e 2019. Foram cerca de 7,5 mil unidades emplacadas no ano passado. O resultado colocou a Volvo na 17ª colocação, duas a mais que em 2019 e superando marcas como Audi e Kia.
Mesmo com queda de 19%, a Hyundai também merece destaque. Ela emplacou por volta de 167 mil unidades em 2020. Mesclando uma retração abaixo da média com uma performance baixa das concorrentes, a marca conseguiu subir três colocações no ranking, ficando agora com a 4ª posição. A empresa superou Renault, Ford e Toyota na lista.
A história das líderes
As três maiores marcas do Brasil em 2020 não mudaram em relação a 2019. A Chevrolet se manteve na liderança com cerca de 338 mil emplacamentos, uma queda de 28,8% em relação ao ano anterior. Fazendo uma aposta alta no início de 2020, a empresa lançou a nova geração do Tracker no começo da pandemia. Mesmo assim, o SUV conseguiu se firmar no mercado.
A Volkswagen apareceu mais uma vez na segunda colocação da lista, tendo emplacado por volta de 330 mil unidades. A queda em relação a 2019 foi de 20,2%, menos que a da Chevrolet. O lançamento do Nivus no segundo semestre, com sua proposta de SUV cupê acessível, ajudou a VW a manter um bom ritmo apesar das adversidades.
Na terceira colocação, a Fiat não caiu no ranking. Mesmo com poucos lançamentos em 2020, a marca viu suas vendas caírem apenas 12%, uma das menores retrações da lista. Foram pouco mais de 328 mil unidades emplacadas no ano passado. Além de não cair, a fabricante de Betim (MG) conseguiu ainda diminuir a distância para a segunda colocada.
Posição | Marca | 2020 | Dif. | Var. | 2019 | Pos. 19 |
---|---|---|---|---|---|---|
1° | Chevrolet | 338.413 | -137.194 | -28,8% | 475.607 | 1° |
2° | Volkswagen | 330.670 | -83.781 | -20,2% | 414.451 | 2° |
3° | Fiat | 321.852 | -44.369 | -12,1% | 366.221 | 3° |
4° | Hyundai | 167.466 | -40.205 | -19,4% | 207.671 | 7° |
5° | Ford | 139.139 | -79.293 | -36,3% | 218.432 | 5° |
6° | Toyota | 137.843 | -77.785 | -36,1% | 215.628 | 6° |
7° | Renault | 131.625 | -107.504 | -45,0% | 239.129 | 4° |
8° | Jeep | 110.167 | -19.314 | -14,9% | 129.481 | 8° |
9° | Honda | 84.129 | -44.994 | -34,8% | 129.123 | 9° |
10° | Nissan | 60.727 | -35.310 | -36,8% | 96.037 | 10° |
11° | CAOA Chery | 20.087 | -218 | -1,1% | 20.305 | 14° |
12° | Mitsubishi | 17.330 | -4.550 | -20,8% | 21.880 | 12° |
13° | Citroën | 13.477 | -13.036 | -49,2% | 26.513 | 11° |
14° | Peugeot | 13.467 | -8.146 | -37,7% | 21.613 | 13° |
15° | BMW | 12.362 | -765 | -5,8% | 13.127 | 15° |
16° | Mercedes-Benz | 10.353 | -2.277 | -18,0% | 12.630 | 16° |
17° | Volvo | 7.687 | -226 | -2,9% | 7.913 | 19° |
18° | Audi | 6.420 | -2.113 | -24,8% | 8.533 | 18° |
19° | Kia | 5.979 | -3.292 | -35,5% | 9.271 | 17° |
20° | Land Rover | 4.618 | -1.248 | -21,3% | 5.866 | 20° |
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Thiago ?jornalista do setor automobilístico desde 2008 e possui pós-graduação em Gestão Automotiva