Volkswagen e Ford evocam o passado em nova parceria global
Acordo de cooperação entre as duas marcas não chega ao nível da Autolatina, a união brasileira da década de 80, mas prev?at?desenvolvimento conjunto de veículos
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Parcerias, acordos e cooperações não são algo novo na indústria automobilística mas saber que Volkswagen e Ford estão estudando uma aliança estratégica faz os mais antigos lembrarem da polêmica Autolatina, iniciativa sul-americana que uniu as duas marcas entre 1987 e 1996.
Naquela época, a ideia era reduzir custos num mercado fechado e atrasado e que resultou em modelos híbridos como o Volkswagen Apolo (Escort) e Ford Versailles (um Santana) em sua face mais conhecida. A experiência, no entanto, quase fez a Ford fechar sua operação no Brasil tamanho o domínio dos alemães na sociedade.
Agora, no entanto, o projeto é mais ambicioso e, claro global. De acordo com elas, um memorando de entendimentos foi assinado e que baliza algumas áreas onde as duas montadoras estudarão soluções conjuntas para reduzir seus custos e torná-las mais competitivas.
Mas uma das possíveis colaborações foi antecipada, o desenvolvimento de uma linha de veículos comerciais em conjunto. “A Ford está empenhada em melhorar nossa qualificação como negócio e alavancar modelos de negócios adaptativos - que incluem trabalhar com parceiros para melhorar nossa efetividade e eficiência", disse Jim Farley, presidente de mercados globais da Ford.
Para a Volks, “As demandas do mercado e dos clientes estão se modificando a uma velocidade incrível. Ambas as empresas já têm posições fortes e complementares em diferentes segmentos de veículos comerciais. Para se adaptarem a um ambiente desafiador, é da mais alta importância ganhar flexibilidade por meio de alianças. A potencial colaboração industrial com a Ford é vista como uma oportunidade para melhorar a competitividade global das duas companhias”, explicou Thomas Sedran, diretor de estratégia da VW. As duas marcas, no entanto, apenas confirmaram que mais detalhes serão informados em breve, sem detalhar quando de fato a aliança passará a ter efeito.
Mobilidade em transformação
As conversas entre as duas fabricantes evidenciam a preocupação com um mercado automobilístico mais enxuto e sustentável. Em outras palavras, as novas gerações já não valorizam a velha conversa de “liberdade trazida pelo automóvel” e preferem muitas vezes usar outras formas de mobilidade.
Convencer esse público a ter ou mesmo usar um veículo é o grande desafio. Isso só ocorrerá com uma proposta mais ecológica e certamente por meio de serviços e não compra de produto. Em vez de adquirir um caro bem e deixá-lo muito tempo parado, esse consumidor deve optar por alugar e compartilhar um veículo e apenas em casos específicos onde ele se mostrar mais eficiente.
Nesse cenário, a redução de custos de desenvolvimento, compras e produção, por exemplo, será mandatória para quem deseja sobreviver nas próximas décadas e não terminar como a Autolatina.
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