Volkswagen vai dar tapa no visual do Passat americano

Sedan lançado em 2011 e exclusivo para os EUA receberá facelift em vez de migrar para a plataforma MQB
Sketch do Passat 2020: atualização tardia para não investir em nova geração

Sketch do Passat 2020: atualização tardia para não investir em nova geração | Imagem: Divulgação

A Volkswagen é apenas a 11ª marca mais vendida nos Estados Unidos, mas não pode reclamar disso afinal está crescendo mais de 4% em 2018 e já conseguiu emplacar nada menos que 322 mil veículos até novembro, um pouco menos do que vendeu no Brasil no mesmo período (333 mil unidades).

Por essa razão causa estranheza que a montadora tenha optado por dar apenas um tapa no visual do Passat americano, sedan lançado exclusivamente para os EUA em 2011 – quem não se lembra da inesquecível propaganda do garoto “Darth Vader”?

É isso mesmo que você leu, um leve reestilização num veículo com quase oito anos de idade. A novidade foi antecipada pela própria marca que levou alguns veículos de imprensa para conhecer o Passat 2020 antes dele ser apresentado no Salão de Detroit no mês que vem.

Se não liberou fotos do modelo real, a VW ao menos divulgou os desenhos que você vê nesse artigo e que confirmam que o Passat terá uma nova frente nos moldes do Jetta, mas preservará outros elementos do carro atual - embora ela garanta que apenas o teto sobrou do original.

Não haverá motorização nova tampouco painel digital, tudo por conta da plataforma do carro que não é a mesma do Passat alemão, a MQB. Essa arquitetura, hoje presente nos principais modelos da montadora, permite utilizar tecnologias mais avançadas a bordo.

Segundo relatos dos jornalistas que viram o carro ao vivo, o painel ganhou novos contornos e equipamentos, mas nada “revolucionário”.

Vale insistir em automóveis

Para quem não sabe, o Passat americano surgiu num período em que a Volks decidiu investir pesado no mercado americano no início da década. A ideia era oferecer um sedan mais ao gosto do público local que prefere carros de maiores dimensões que os semelhantes europeus.

O mais curioso de toda essa história é saber que a Volkswagen ainda permanecerá algum tempo no segmento de sedans médios (para os padrões americanos) enquanto suas rivais locais como Chevrolet e Ford já falam em focar apenas em SUVs e picapes.

E a Volks talvez tivesse mais motivos para seguir as marcas americanas já que o Passat acumula apenas 38 mil unidades vendidas este ano contra 57 mil em 2017. O Camry, sedan mais vendido do país, por exemplo, já emplacou 314 mil unidades em 2018, e mesmo dentro da marca o Tiguan faz bem mais sucesso – 94 mil carros vendidos até agora.

Talvez esteja aí o motivo da sobrevida do Passat nos EUA, aproveitar o vazio no segmento para emplacar um pouco mais antes que o modelo seja aposentado sem substituto, pelo jeito.

Ricardo Meier

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