O Volvo C40 é a nova aposta 100% elétrica da marca para o mercado brasileiro. Derivado do XC40, o modelo conta com o visual de SUV cupê, que além de trazer um desenho mais esportivo, ajudou a melhorar a aerodinâmica do carro. Lançado por R$ 419.950, o elétrico já está nas lojas brasileiras.

O lançamento do carro tinha sido em fevereiro, quando a marca revelou o modelo e anunciou o início da pré-venda. Agora, com a venda regular iniciada, a Volvo aproveitou para promover um primeiro contato ao volante de seu SUV elétrico. E esse teste foi em um local especial, entre a Cidade do México e a Hacienda Santa Ines. Esta última é uma fazenda mais ao sul do México, local construído em 1580 e que chegou a abrigar uma pequena usina hidrelétrica.

E esta ligação com a eletricidade combinou perfeitamente com o C40. Para chegar até a fazenda, foi preciso percorrer alguns quilômetros no caótico trânsito da Cidade do México, que é capaz de causar saudades dos engarrafamentos paulistanos. A parte positiva é que foi possível testar alguns recursos do carro nesse anda e para.

Um deles é o chamado One Pedal Drive, que tem se tornado bastante comum nos carros movidos a eletricidade. Esse recurso permite que a condução seja feita apenas utilizando o acelerador. Ao aliviar o pé desse pedal, a regeneração de energia é acionada e reduz a velocidade. Por isso é preciso tomar cuidado para não tirar de uma vez o pé, já que o carro dá uma “freada” brusca. Porém, para o trânsito pesado, o recurso é interessante, pois acaba trazendo mais comodidade.

Outro recurso que pôde ser testado no trânsito é o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) que tem o sistema que consegue parar o carro completamente e voltar a acelerá-lo de maneira automática. 

Imagem: Divulgação/Pedro Dantas/Volvo

Velocidade instantânea 

Assim como o XC40 Recharge, o Volvo C40 utiliza o mesmo conjunto elétrico com dois motores (um em cada eixo). Ao todo são 408 cv de potência e 67,3 kgfm de torque máximo. E basta pisar fundo para sentir todo esse torque surgir de maneira instantânea. Não há nenhum atraso, é só pisar e pronto, o carro já está oferecendo toda a sua força. Com isso, basta 4,7 segundos para chegar aos 100 km/h, com a velocidade máxima sendo limitada aos 180 km/h.

A bateria do modelo é de 78 kWh, com autonomia prometida de 440 km no ciclo WLTP. É possível recarregar 80% da capacidade em 40 minutos, mas apenas nos eletropostos de alta velocidade e de corrente contínua. Em um Wallbox, são necessárias 8h para que a bateria fique "cheia" novamente.  

No caso da viagem até a Hacienda Santa Ines, a capacidade de carga foi suficiente para ir e voltar do local, já que saímos do hotel com 85% de carga e chegamos ao destino com cerca de 60%. Dessa forma, é bem possível que a autonomia prometida seja cumprida no dia a dia, desde que o motorista não abuse do pedal do acelerador. Afinal, o C40 instiga a acelerar.

Mesmo sem ser um esportivo, sua aceleração rápida e a boa potência fazem o motorista ter vontade de pisar fundo. A estabilidade exemplar, com acerto de suspensão firme e confortável, é outro ponto que joga a favor de uma condução mais esportiva. Nesse ponto, o elétrico consegue agradar tanto quem gosta de um carro com um tempero a mais, quanto quem prefere um modelo mais confortável.

Inovações

Para se diferenciar do seu irmão mais velho, o C40 conta com diferenças visuais. O desenho frontal tem novos faróis e um para-choque redesenhado, mas essas novidades devem chegar em breve ao XC40. Já na traseira, a queda acentuada do teto e os dois aerofólios roubam a atenção. O vidro traseiro é bem inclinado, e a abertura da tampa do porta-malas, cujo acionamento é elétrico, chega a lembrar a de um hatch. Abaixo dela há espaço para 413 litros de bagagem.

Ao entrar no veículo, um dos pontos que chama a atenção é o interior sem couro. Trata-se de um estofamento completamente ecológico e que pode receber a pintura em um tom de azul, dependendo da cor da carroceria. O material é reciclável e vai de acordo com a filosofia atual da marca de reduzir suas emissões.

Sem contar que basta olhar para o teto panorâmico do carro para perceber que há mais uma inovação. Cobrindo praticamente toda a extensão do teto, a peça não abre e não tem uma cortina. Porém, isso não deixou o interior mais quente, como deu para notar no dia do teste, já que o carro ficou o tempo todo debaixo de um sol escaldante. 

Outro ponto curioso é que não há nenhum botão para ligar o carro. Basta entrar, pisar no freio e colocar a alavanca do câmbio em D para que o C40 esteja pronto para rodar. Uma luz “ready” no painel de instrumentos digital indica que o carro já pode andar.

Por fim, o modelo oferece na central multimídia de nove polegadas o sistema operacional do Google, que conta com aplicativos próprios e uma conexão com a internet que não será cobrada do usuário durante os três primeiros anos. 

Imagem: Divulgação/Fabio Aro/Volvo

Boas impressões

Foi um curto contato, mas que nos deixou uma boa impressão. De fato, a linha atual da Volvo é bastante competente, e o C40 não foge à regra.

No entanto, é um carro para poucos, já que os R$ 420 mil pedidos pelo carro limitam o acesso ao veículo. Entretanto, para quem pode pagar o preço e está disposto a encarar a eletrificação, o modelo pode ser uma boa compra, já que oferece desempenho, bom espaço interno e uma dirigibilidade exemplar.

Imagem: Divulgação/Pedro Dantas/Volvo